Redes de cooperação e governança pública: o caso do mapeamento cultural de Belo Horizonte

  • Leonardo Tadeu dos Santos UFMG
  • Juliana de Fátima Pinto UFMG
  • Maria Gabriela de Cássia Miranda UFMG

Resumo

Os Estados vêm sofrendo mudanças que têm seguido a direção de uma administração orientada para o usuário, de maior transparência e de maior envolvimento com mercado e sociedade civil e, para isso, estão procurando trabalhar na perspectiva de redes. Este artigo buscou analisar as possibilidades da rede estabelecida entre a Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte (FMC), a empresa TIM e o Conselho Municipal de Política Cultural (COMUC). Trata-se de uma rede interinstitucional, formada com objetivo de construir o mapa cultural da cidade de Belo Horizonte. O mapa cultural é um software de gestão compartilhada inovador, que permite que diferentes órgãos privados e/ou públicos alimentem o banco de dados para a posterior consulta dos cidadãos. Foi aplicado um questionário aberto para três servidoras da FMC. Para o tratamento dos dados utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin (2009). O estudo descreve como se deu a criação da rede, os avanços alcançados e as dificuldades encontradas. Conclui-se que a rede de cooperação trouxe benefícios e possibilitou a construção do mapa cultural da cidade.

Palavras-chave: Redes interorganizacionais. Cooperação. Setor público. Inovação.

Biografia do Autor

Leonardo Tadeu dos Santos, UFMG
Mestrando em Administração pelo CEPEAD/UFMG.
Juliana de Fátima Pinto, UFMG
Doutoranda em Administração pelo CEPEAD/UFMG.
Maria Gabriela de Cássia Miranda, UFMG
Doutoranda em Administração pelo CEPEAD/UFMG.

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Publicado
2017-12-29
Seção
Artigos